Esse post de hoje é dedicado aos mochileiros de plantão que querem economizar, mas com dignidade. Depois daquela viagem louca de 21 dias que fiz durante o Easter break, passei a me considerar uma especialista em hostels. Isso porque vivi todo o tipo de experiências boas e ruins que se pode imaginar (relacionadas ao tema hostel) e em um período muito curto de tempo.
Para quem não sabe, um HOSTEL é como um hotel de baixa qualidade, no qual ao invés de alugar um quarto, se aluga uma cama em um determinado quarto, que você possivelmente dividirá com estranhos. Geralmente, tem-se várias opções de quartos, variando a quantidade de camas e o gênero permitido (feminino, masculino ou misto). Uma das vantagens de se viajar em grupo é que as vezes dá pra fechar um quarto só com conhecidos e evitar certos tipos de preocupações.
Para ilustrar as preocupações, vou citar aqui algumas das minhas experiências pitorescas em hostels pelo mundo:
Em Londres, fiquei hospedada em um hostel chamado Hyde Park, em um quarto misto que dividi com VINTE E UMA pessoas, que só possuía DUAS tomadas e o cara que dormia na cama abaixo da minha era muito flatulento. Foi a primeira de muitas vezes que vi caras estranhos de cueca. Vi caras de cueca correndo pelos corredores do hostel, vi caras de cueca saindo do banho… Também já tive que ver piriguetes sem noção trocando de roupa no meio do quarto como se estivessem sozinhas. Como viajamos geralmente eu e Rafael, sempre pegamos quartos mistos, para podermos ficar juntos.
Em Frankfurt, apesar do hostel super limpo e organizado, enquanto tomava banho pela manhã me assustei com o dono do hostel batendo em minha porta e gritando para eu sair do banho que estava demorando demais, e depois me dando bronca dizendo que eu deveria tomar banho à noite, antes de dormir, e não pela manhã, quando tem muita gente querendo usar o banheiro. Isso porque eu era a única pessoa do sexo feminino no local, e ele decidiu que todos os banheiros seriam unissex, por conta da demanda. Também não era permitido carregar a bateria da câmera nas tomadas do hostel, e nem lavar peças íntimas no banheiro (como ter calçolas infinitas para 21 dias de viagem?).
Já fiquei em locais em que não tinha segurança alguma, não tinham armários para guardar a mochila, alguns quartos ficavam abertos para quem quisesse entrar, outros cobravam pelo cobertor (2 euros, o dia!), alguns cobravam para ter acesso ao Wifi, ou tinha horário para dormir, etc.
E em Paris tive uma quase experiência bastante ruim, que narrei nesse post.
Sei que hostel é uma opção barata para aqueles que estão sempre com o orçamento apertadinho e que abrem mão de certas frescuras para poder aproveitar mais e gastar menos nas viagens, e tem muito hostel bacana por aí e com preço bom, mas às vezes existem meios melhores de economizar com estadia como, por exemplo, alugando apartamentos.
Gente, alugar apartamento é tudo de bom! Falo pelas duas experiências que tive até agora em Paris e em Roma. Não precisei dividir quarto com gente esquisita, não precisei ficar em fila para usar o banheiro, tive máquina de lavar e cozinha à disposição, internet boa, roupa de cama, toalhas, TV, e o mais importante: sem preocupações em levarem minhas coisas embora enquanto eu estou passeando. É realmente muito incomodo sair do quarto e largar a mochila lá para quem quiser vir e roubar minhas roupas, meu secador de cabelos, maquiagens, etc. Depois que uma colega me contou que roubaram sua escova de dentes e pasta de dentro de sua mala, eu não duvido de mais nada do que possam me roubar em um hostel.
Estávamos planejando receber dois amigos do Brasil, que ficariam aqui com a gente por 10 dias. Como planejamos tudo muito em cima da hora, os hostels estavam custando os olhos da cara e alugar apartamento seria uma opção bem mais em conta. Fizemos o aluguel pelo Housetrip, que nos tinha sido recomendado. Pelo site dá pra olhar todos os detalhes da casa, ler as reviews de quem já alugou, entrar em contato com o dono e fechar o negócio. Tem que ser feito o pagamento completo para que o apto fique reservado. Não tem como que se preocupar, o dinheiro só cai na conta do dono dois dias depois do check in, pra o caso de qualquer problema você poder contactar o House Trip e pedir o refund.
A reserva pelo site é fácil de fazer, como em hostel, só que é necessário ficar atento em pegar a opção “entire apartment” ao invés de “private bedroom”, para não ter que dividir a casa com pessoas estranhas ou até com o próprio dono. O site tem vários filtros de pesquisa, dá pra escolher só entre apartamento com estrutura para cadeirante, ou que tem internet, piscina, que pode levar animais e mais outras coisas. Depois de escolher o apartamento (levando em consideração todas as reviews, sempre), ao invés de fazer a reserva direto, o site bota você em contato com o dono do local, para saber se estará disponível ou não. Se estiver, ele permite que a reserva seja feita, você faz o pagamento e pronto. O próprio site recomenda que se entre em contato com 3 ou mais “Hosts” ao mesmo tempo, para o caso de alguns demorarem a dar uma resposta. O House Trip cobra uma taxa de 3 por cento do valor do aluguel.
Bem, vamos às experiências que tive até o presente momento:
1. Paris
Já tinhamos ido a Paris antes, mas fomos novamente pois nossos amigos queriam conhecer, e nós também não tivemos muito tempo para ir a todos os lugares legais da última vez (contei tudo aqui). A maioria dos apartamentos disponíveis no House Trip ficavam na região de Montmartre, que é próximo de onde ficamos antes, então já sabíamos que era um local legal. Pegamos um apartamento para 4 pessoas, com um quarto com cama de casal e uma sala com sofá-cama. A casa é bem apertadinha, mas completa, com uma cozinha equipada, máquina de lavar, TV e internet boa. Ficamos a poucos metros da estação de metrô, e próximo a lanchonetes, mercadinhos e lojas. A única desvantagem é que o apto fica no quarto andar e não tem elevador. Fizemos a reserva dois dias antes de ir para Paris. Pagamos 280 euros por 3 noites, para 4 pessoas, ou seja, 23.3 euros a diária por pessoa. Lembrando que isso foi em uma época de alta estação. Tirei umas fotos do apartamento, clique na imagem para ver melhor.
2. Roma
Em Roma, fomos vizinhos do Papa por 4 dias. O prédio ficava bem próximo ao vaticano, era só subir uma escadona. O apartamento era muito bem localizado, próximo à estação de metrô e em frente a um ponto de ônibus (o metrô de Roma não é muito grande, o meio de transporte mais usado é o ônibus), e bem no meio do comércio, com uma infinidade de lojas e restaurantes bem próximos da gente. A casa era bem legal, abrigava até seis pessoas, com dois quartos, dois banheiros e uma cozinha com máquina de lavar. Também tinha ar condicionado nos quartos (ainda bem, porque estava fazendo um calor danado). A diária custou por volta de 85 euros, ou, seja, 28 euros e pouco por pessoa. Seguem as fotos do apartamento.
Nos dois locais nós nos comunicamos com os “Hosts” por mensagem de celular para marcar de pegar a chave e conhecer a casa. Os dois foram super solícitos e nos ajudaram em tudo o que foi necessário. No apartamento de Roma tivemos um pequeno estresse, por conta de uma taxa extra que o governo cobra dos turistas (2 euros por dia de estadia na cidade) e que não constava na descrição do site, o que acontecia em outras opções de apartamentos. Fora isso, e o inglês bastante italiano da dona do apto, tudo deu certo.
De um modo geral, achei muito mais vantajoso alugar um apartamento bem localizado do que ficar hospedada em hostel. E ainda compramos tudo em cima da hora, mas pesquisando os preços no site com antecedência, dá pra pagar uma pechincha para se hospedar em apartamentos bem bacanas. O slogan do site é “Why stay in a city, when you can live in it?”, e, realmente, eu me senti bem mais à vontade vivendo uns dias como moradora em Paris e Roma, do que eu me sentiria me hospedando em um hostel. Meus passeios foram mais tranquilos e despreocupados, fizemos café da manhã, tivemos privacidade e até ferro para passar a roupa!
Adorei minhas experiências iniciais em aluguel de apartamento, espero que também dê certo nas próximas :).
Beijos!
Lenita