Sintra, a vila mais charmosa de Portugal

Bem pertinho de Lisboa fica Sintra, uma vila lindíssima e cheia de construções históricas, cada uma representando algum período da história e todas muito bem conservadas. O local já foi dominado por romanos, muçulmanos e espanhóis, e por isso cada um de seus palácios e castelos possui características bem diferenciadas.

Entre as principais atrações da vila está o Palácio da Pena, uma das sete maravilhas de Portugal, e que inicialmente era um convento dedicado a Nossa Senhora da Pena. O palácio fica bem no alto da serra (que é muuito alta e é difícil/demorado de subir andando) e tem um parque enorme em volta dele, com jardins, lagos e animaizinhos.

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Palácio da Pena, Sintra.

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Palácio da Pena, Sintra.

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Palácio da Pena, Sintra.

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Parque do Palácio da Pena, Sintra.

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Parque do Palácio da Pena, Sintra.

Palácio da Pena, Sintra.

Palácio da Pena, Sintra.

Os ingressos podem ser comprados na bilheteria do palácio mesmo, e os tickets para adultos (em 2013) custam 6 euros, somente para entrar no parque (o que já vale muuuito) e 11 euros para entrar no parque+palácio. Como geralmente as visitas a Sintra são de um dia só, se estiver com pressa para ir aos outros palácios também, eu recomendaria visitar somente o parque mesmo, que para mim é o mais bonito.

A uma distância caminhável do Palácio da Pena está o Castelo dos Mouros. O castelo, construído no período do domínio muçulmano na região, também fica no alto da serra, em uma localização estratégica de onde se tem uma visão do Palácio da Pena, do Palácio da Regaleira e também do Palácio Nacional. O castelo não possui ambientes interiores, como salas ou quartos, mas somente a fortificação exterior.

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Castelo dos Mouros, Sintra

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Castelo dos Mouros, Sintra.

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Castelo dos Mouros, Sintra.

É incrível pensar que esse castelo foi construído há mais de mil anos atrás e ainda hoje podemos passear por dentro da muralha e subir as escadas até o ponto mais alto. O castelo tinha o objetivo de vigiar a cidade de Lisboa, e não Sintra, mas no fim das contas não deu muito certo pros mouros e eles foram vencidos de qualquer jeito.

O Castelo dos Mouros e o Palácio da Pena foram as duas atrações que visitei, mas Sintra tem muitos outros parques e palácio igualmente lindos e que valem muito a visita, como por exemplo a Quinta da Regaleira e o Palácio de Monserrate. Para quem pretende visitar mais de uma atração é bom comprar tudo junto pois tem desconto. Os preços das atrações e os horários de funcionamento podem ser encontrados nesse site.

Para circular pelas atrações da cidade existem ônibus que percorrem os circuitos turísticos, passando pelos parques e que você pode descer e pegar ele novamente quantas vezes quiser durante o dia (hop on-hop off). O que eu peguei, por exemplo, custou 5 euros, e foi o que circula pelo circuito da Pena, passando também pelo Castelo dos Mouros. Poderia ter pego ele quantas vezes quisesse no dia usando o mesmo bilhete. Esse ônibus é da cidade mesmo, não é aquele vermelho de empresa de turismo, que é mais caro (se você não se importar com o aperto e a muvuca dentro do ônibus, vale dar uma economizada). As tarifas e rotas podem ser encontradas nesse site.

Como lá em cima tem poucas ou quase nenhuma opção de locais para comer, quem não quiser perder tempo descendo novamente para a vila somente para almoçar, eu aconselho levar sua própria farofa e fazer uma pausa para merendar em um dos parques mesmo. Ah, e também é bom usar sapatos confortáveis e levar sua garrafinha de água. E prepare a câmera para o local mais fotogênico de Portugal!

E para chegar a Sintra a partir de Lisboa a opção mais prática é pegar o trem na estação de trem (muito linda!) do Rossio e pegar o “comboio” para Sintra mesmo. O trem é rápido, bem confortável e tem uma periodicidade boa. Não lembro quanto custou, mas acho que era menos que 3 euros o bilhete. Descendo na estação de Sintra, é só andar um pouco e já se encontra a vila.

Beijos!

Lenita

O que há de mais bonito em Porto.

Planejando conhecer “Purrrtugal”?

Vou começar esse post com algumas dicas de palavras que eles usam por lá e que podem causar confusão na cabeça da gente. Se eu tivesse pesquisado alguma coisa assim antes de viajar, teria sido mais fácil pra mim 🙂 então, lá vai:

Se quiser tomar um suco em Portugal, tem que pedir um sumo.

Para se movimentar pela cidade, ao invés de ônibus, se pega o autocarro. Ao invés de bonde, se pega o elétrico. E ao invés de um trem, se pega o comboio.

Se quiser saber onde fica o banheiro, tem que perguntar pela casa de banho.

pequeno almoço nada mais é que o nosso café-da-manhã.

E o almoço do meio-dia lá se chama grande almoço. Mentira.

Fiz essa viagem no início do mês passado e já estava bem frio. Confesso que estava esperando passar um calorzinho e até levei na mala roupas mais frescas mas elas ficaram todas bem escondidinhas por baixo dos casacos. O casacão que usaria somente para ir e voltar do UK foi a minha farda obrigatória de todos os dias. Decepção.

Em compensação, fez sol o tempo todo, o que fez parecer que a cidade era ainda mais bonita.

Porto não é tão colorida quanto Lisboa, mas eu achei ainda mais bonita. Porto tem azulejo nas paredes das igrejas e na estação de São Bento. Porto parece maior, mais espaçosa, mais desenvolvida. Porto tem o Douro, o rio que fica dourado ao entardecer. Porto tem Gaia à sua frente, onde ficam as caves dos famosos vinhos do Porto. Do que vi de Portugal, gostei mais de Porto.

E vou começar pela parte mais encantadora da cidade, a região da Ribeira.

Ribeira, Porto.

Ribeira, Porto.

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Ribeira, Porto.

Foi lá que Portugal começou, à beira do rio Douro. A Ribeira é uma região muito antiga, de casas velhas e vizinhos que se conhecem. O lugar legal para ter uma bela vista da Ribeira é na ponte Luís I. De um lado da ponte, Porto, e do outro lado Gaia, uma outra cidade. Os autênticos vinhos do Porto ficam armazenados em Gaia. Basta atravessar a ponte e encontrar a mina de ouro.

A ponte D. Luís I também é conhecida como simplesmente ponte Luís I, pois diz-se que o rei resolveu não comparecer à cerimônia de inauguração da ponte que levava seu nome, portanto os portuenses resolveram tirar o “dom” do nome da ponte. Rá.

Outro ponto com uma vista encantadora é o Pátio da Sé, onde fica, adivinhem só, a Sé do Porto.

Pátio da Sé, Porto.

Pátio da Sé, Porto.

Você sabe de onde veio a palavra “azulejo”? Vem do fato de que quando os portugueses chegaram à Índia, somente eles de toda a Europa tiveram acesso à uma tinta de coloração azul. Essa ficou sendo a marca de portugal, a cerâmica pintada com tinta azul. É possível ver os azulejos nas paredes de algumas igrejas e também no interior da lindíssima estação de São Bento.

Igreja decorada com azuleijos.

Igreja decorada com azulejos.

Estação de São Bento por dentro.

Estação de São Bento por dentro.

Estação de São Bento por fora.

Estação de São Bento por fora.

Isso foi o que vi no primeiro dia. De noite fomos em um barzinho bem legal chamado Museu D’avó, cheio de pestiscos portugueses gostosos e que tem uma decoração bem inusitada, parecendo mais um quintal velho cheio de tranqueiras (daí o nome). E mais tarde ainda fomos passear pela cidade e acabamos cruzando com alguns pedintes meio agressivos pelas ruas (aconteceu ao menos umas 3 vezes) e achamos melhor não voltar para “casa” muito tarde.

No nosso último dia atravessamos a ponte D Luís e fomos conhecer Vila Nova de Gaia. Aqui abro um parêntese: No dia anterior, fizemos um walking tour (ironicamente, em inglês mesmo) e a guia só chegou ao ponto de encontro uns 20 minutos depois do horário. Enquanto falava sobre o jeito português de ser, ela citou a questão de não respeitarem horários e estarem sempre atrasados, o que foi motivo de risos entre o pessoal, obviamente.

Pois bem, tinha olhado os horários de funcionamento das caves que queria conhecer e vi que todas ofereciam o tour a partir das 10 da manhã. Chegamos à Krohn por volta das 10:15h e estava tudo vazio. A porta estava aberta. Entramos, circulamos pelo local, fizemos o nosso próprio tour lendo as plaquinhas e explicações e só depois apareceu um rapaz, dizendo que o tour ainda não ia começar, pois o guia ainda não tinha chegado, mas que a gente podia subir para fazer a prova quando quiséssemos. Ok. Terminamos lá em baixo e subimos, fizemos a prova e depois fomos embora. Essa empresa oferece os tours com a prova no final gratuitamente.

Cave Krohn

Cave Krohn

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Cave Krohn

Fomos então conhecer a outra cave, a da Ferreirinha. A Ferreirinha foi uma mulher que veio de uma família rica e precisou assumir as vinhas da família em uma época em que a coisa não era fácil para as mulheres. Ela soube administrar tudo sozinha, cuidou das dívidas, fez investimentos e gerou muitos empregos na região em uma época de grandes dificuldades, e por isso se tornou uma pessoa muito querida entre os portuenses.

Chegamos à cave e, novamente um atraso, o tour só seria feito a partir das 11:30! Decidimos esperar mesmo. E valeu a pena. O tour foi bem legal, conhecemos todo o local e tivemos explicações sobre os tipos de vinhos, onde são armazenados, quais os cuidados necessários, etc. No final, fizemos a prova (de novo, hehehe). Não lembro exatamente quanto custou, mas foi algo em torno de 5 euros.

Cave Ferreirinha

Cave Ferreirinha

Barrilzão

Barrilzão

A melhor parte :)

A melhor parte 🙂

Quando terminamos, atravessamos a ponte e fomos em busca de algum lugar legal para comer. Finalmente provamos o tão comentado bacalhau com natas, que é muuito bom! Encontramos um restaurante chamado Farol da Boa Nova, que tem uma vista linda bem de frente para o Douro e o preço é bom. Outra comida típica de Porto, mas que tá mais pra lanche, é esse poço delicioso de gordura aqui:

Francesinha

Francesinha

A Francesinha. É tipo um misto, só que com linguiças e carne/frango, queijo por fora e regado em um molho de tomate.

E pra finalizar, uma dica de onde ficar em Porto: O melhor hostel da vida, limpíssimo e bem confortável. O nome é Pilot Hostel. Escolhi ele porque era tipo o mais barato da lista e me surpreendi com a qualidade.

Então é isso,

Beijos!

Lenita

A história de como me apaixonei por Lisboa

Título alternativo: Como engordar 3 quilos em 6 dias.

Mês passado fiz uma viagem a Portugal, começando por Lisboa. A cidade de Vasco da Gama, de Camões e do Tejo. A cidade que tem uma pastelaria em cada esquina. Dos elétricos que sobem e descem sete colinas. A cidade dos pastéis de Belém e da torre. O local de onde Cabral partiu em abril do ano de 1500 e acabou achando o Brasil e tomando das mãos dos índios (êeeeeh \o/).

Já cheguei me perdendo na cidade, já que não conseguia encontrar o hostel de jeito nenhum e fiquei circulando em volta da estação de metrô, meio que sem querer acreditar que a rua, que pela orientação do site era ali bem pertinho e facílima de encontrar ficava na verdade do outro lado da avenida, subindo uma ladeira de 90 graus e depois subindo mais outra. Mas, enfim, subidas à parte, encontrei o hostel, que era muito bom e que tinha um café da manhã, vulgo ~pequeno almoço~ digníssimo (com bolo e PÃO DE PADARIA) e pelo qual paguei 7 euros e alguma besteirinha pela diária.

De primeira fomos passear na praça Luís de Camões, que não tem nada além de uma estátua de Camões vestido com uma roupa esquisitíssima, mas que fica próxima a alguns dos principais pontos da cidade. De lá, ficamos muito felizes de descer em direção ao mar, que nem era o mar, era o Tejo, mas só descobrimos depois que descemos tuudo e chegamos lá na beira (Lisboa tem muitas ladeiras).

Luís de Camões.

Luís de Camões.

O Tejo

O Tejo

Fomos seguindo pela borda do rio até que chegamos à Praça do Comércio, ou “Terreiro do Paço”, onde paramos para tirar fotos até que um cara chegou bem pertinho do meu ouvido e sussurrou “marijuana, marijuana” e eu achei melhor continuar andando.

Praça do Comércio

Praça do Comércio

Passamos pelo portão e fomos passeando pela Baixa, que é uma região bem comercial, cheia de lojas e socada de turistas. Queria ir ao Castelo de São Jorge, que ficava na região alta da cidade, mas estava com muita preguiça de subir tudo de novo e já tinha meio que desistido quando vi um prediozinho todo decorado de azuleijos e, quando parei para tentar ler o que estava escrito em letras claras no topo: E-L-E-V-A-D-O-R.

Subi sem fazer esforço, e ainda por cima quando fui perguntar quanto custava, a moça da recepção falou que era de graça, e também que eu podia catar uns postais que estavam em cima do balcão e levar pra mim se quisesse. Com tantos lindos, fiquei muito em dúvida de qual escolher e ela falou que, sério, podia pegar quantos quisesse que era bom pra o balcão não ficar tão entulhado de coisas. Adoro. Ainda assim, fiquei com vergonha e peguei só 3 :D.

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Meus postais lindinhos ❤

Nem cheguei a entrar no castelo, mas fiquei um tempo sentada no murinho olhando a vida passar, até que realizei que logo iria escurecer e eu ainda não tinha ido conhecer o “Pelourinho” de Lisboa. também conhecido como Alfama. Fomos descendo a ladeira passando por umas ruazinhas estreitas, de casinhas simpáticas, coloridas e com roupas penduradas no varal da janela. Chegamos à Alfama, o bairro mais lindo da cidade, ainda mais na hora do pôr-do-sol.

Alfama

Alfama

Na manhã seguinte fomos a Belém. Primeiro fomos conhecer a Torre de Belém, que fica às margens do Tejo e é o cartão postal de Lisboa. É permitida a entrada na Torre, mas acabei não subindo pois queria ter mais tempo para ir ao Mosteiro dos Jerônimos, que fica bem próximo dalí.

Torre de Belém

Torre de Belém

Saindo da torre, fomos caminhando até o Padrão dos Descobrimentos, que é esse monumento bem bonito que comemora os descobrimentos de Portugal na época das grandes navegações.

"Pelo Tejo vai-se para o mundo."

“Pelo Tejo vai-se para o mundo.”

De lá fomos ao Mosteiro dos Jerônimos, que eu queria muito conhecer e bem quando chegamos lá, que eu saquei minha câmera, preparada para tirar muuuitas fotos… a bateria acabou, e tive que me contentar com a câmera do celular mesmo :(.

Mosteiro dos Jeronimos

Mosteiro dos Jeronimos

É lá no mosteiro que ficam os túmulos de Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Camões.

Confessionários onde os monges atendiam.

Confessionários onde os monges atendiam.

Túmulo de Camões

Túmulo de Camões

OMG estou presa na masmorraaa!!

OMG estou presa na masmorraaa!!

E depois que saímos do Mosteiro, FINALMENTE fomos ao que interessa, a verdadeira razão da minha viagem a Lisboa: pastéis de Belém.

Não só pelo pastel, mas a Pastelaria tem vários docinhos deliciosos e é um lugar bem legal para fazer um lanche já que o preço é bem amigo, principalmente para um lugar tão turístico.

Depois de trocarmos o almoço por vários pasteizinhos de Belém, à noite fomos em busca de um restaurante legal para comer o famoso bacalhau português. Uma coisa muito legal de Portugal é que a comida é muito boa e barata. Mesmo nos centros mais turísticos, o preço de uma refeição em um restaurante pode custar mais barato do que o que eu costumo gastar comendo fora aqui em Coventry (por isso o título alternativo do post de hoje, hehe).

Saímos do nosso hostel e fomos andando pelo bairro da Graça, que é um lugar cheio de pastelarias bem baratinhas e restaurantes familiares. De repente chegamos nesse miradouro, que fica ao lado do Convento da Graça e tem a vista mais linda de Lisboa à noite, tá aqui a prova:

Miradouro da Graça

Miradouro da Graça

Fomos andando até que chegamos de volta à Alfama, onde encontramos um restaurante perfeito para comermos um bacalhau português, tudo bem baratinho. O dono do estabelecimento era quem recebia as pessoas, fazia o caixa e era também o garçom, tudo na correria. No fim das contas, comi um generoso prato de bacalhau à Brás por apenas 7 euros, uma beleza! ❤

Na volta pra casa, ainda encontrei espaço na barriga para mais um pastelzinho de nata em uma das pastelarias da Graça. Sentamos lá, comemos uns docinhos e depois ficamos assistindo às reportagens sobre Mandela, tentando entender algumas palavras do que estava sendo dito, além de “Mandela”. Como é difícil entender o português de Portugal!

No dia seguinte fomos conhecer Sintra, uma cidade bem próxima a Lisboa, da qual falarei depois. De noite, mesmo muito cansada ainda fui à Catedral da Sé, para tirar aquela famosa foto do bonde elétrico “entrando” na igreja. Teoricamente, o bonde deveria passar por ali de 15 em 15 minutos, e já tem gente que fica estrategicamente posicionado, somente esperando o momento certo da foto. Pois bem, esperei os 15 minutos e o bonde não apareceu. Esperei mais 10. Depois mais 10. E fui, de 10 em 10 minutos, até que completaram-se 1 hora e 15 minutos!!! E eu e mais uns 5 infelizes ali, de câmera na mão esperando o tal do bonde. Finalmente, o bonde passou e a minha viagem a Lisboa não foi uma frustração completa. As fotos nem ficaram tão boas, mas já que deu tanto trabalho:

A igreja e o elétrico.

A igreja e o elétrico.

E foi isso. Comi bastante, andei bastante, subi muita ladeira e depois fui-me embora pra Coimbra :D.

Beijos!

Lenita